A Provisão Divina na Tentação (20/11/2014 – quinta)
SÉRIE: VENCENDO AS TENTAÇÕES – 03/04
A PROVISÃO DIVINA NA TENTAÇÃO
mensagem pregada pela Pra. Tatiana Ramos
“Porque naquilo que Ele mesmo sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.” (Hebreus 2.18)
Em nossa sociedade atual vivemos uma crise, dificuldade de definirmos papéis e aceitarmos as autoridades constituídas. Os filhos são convidados a decidir por assuntos que não tem maturidade e nem são de sua alçada, muitos pais não assumem seus papéis e exigem dos pais o que lhe era devido. Funcionários pleiteiam por seus direitos sem nem se preocupar com seus deveres. Os tons, as palavras não são medidas com respeito. Estamos na era em que desejamos ser tudo e que tudo esteja em nosso serviço. Resumindo: somos convidados e aceitamos, de pronto, ser deuses.
Outra dificuldade em nosso meio é dependermos de algo ou de alguém. Queremos ser independentes, auto-suficientes e, mais uma situação, queremos tudo para ontem, somos imediatistas. E essa mentalidade contagia a Igreja e porque não dizer a nós. Como o nosso assunto é tentação, temos dificuldade de entender qual é a nossa parte no enfrentamento dela e qual é de Deus. Confundimos os papéis ou anulamos papéis ou desistimos de enfrentá-la. Nessa noite vamos esclarecer qual é o papel de Deus em relação a nossa tentação e que nos rendamos a Ele para que a vençamos. Antes de saber qual é a provisão de Deus na tentação, vamos conceituar ou relembrar alguns termos que nos ajudarão nesse processo de reflexão na Palavra sobre o tema.
Tentação: É o desejo de ter ou ser aquilo que não precisamos ou não fomos feitos para ser e é por isso que ela se apresenta de várias maneiras, mas graças a Deus que as provisões de Deus são o remédio para vencê-las.
O Homem: Tem desejos que o faz cair em tentação, acontece por nos deixar levar por pensamentos e desejos que não foram planejados para nós.
Diabo: Desejou ser Deus e vive eternamente para conseguir que criaturas de Deus, formadas à sua imagem e semelhança, também tenham o desejo de ser Deus.
Deus: Nos fornece condições divinas para vencermos a tentação.
Definidos os papéis e situações, vamos à reflexão.
A provisão de Deus vem através…
1. Do exemplo perfeito de Jesus
“Não temos um sacerdote que não conhece a nossa realidade. Ele experimentou fraqueza e provações e experimentou tudo, menos o pecado. Portanto, vamos andar direito e receber o que ele tem para nos dar. Recebam a misericórdia, aceitem a ajuda.” (Hebreus 4.15-16, MSG)
Gostaria que fizéssemos um exercício juntos. Vamos esfregar nossas mãos, até ficar morninha, pronto? Agora vamos colocar na bochecha. Apesar de eu falar o que deveríamos fazer, vocês fizeram o que eu fiz.
Deus, que nos formou e sabe como funcionamos mesmo depois do pecado, planejou antes de pecarmos, a solução para vencermos a tentação de nos rebelarmos conta ele. Ele nos mandou uma referência, um exemplo, perfeito, Ele próprio em forma humana, Jesus, Deus conosco. Nossa queda na tentação, muitas vezes, vem porque seguimos exemplos e referências erradas, por mais que saibamos a teoria, por mais que ouçamos a Palavra, estamos olhando uns para os outros e caindo e usamos a imperfeição do outro como álibi para pecarmos. Jesus veio para ser a referência de que é possível vencer e mais como vencer. Deus disponibilizou a perfeição para que a imitasse e sermos vencedores.
Ser tentado não é pecado, ser tentando são oportunidades de demonstramos o quanto amamos a Deus, o quanto o adoramos, o quanto Ele é único e merece todo nosso louvor e obediência. Jesus ao ser tentado nos ensinou, que Ele teve todas as oportunidades de ter o que Deus o havia prometido, de uma maneira aparentemente simples, como mostrou satanás, mas preferiu a cruz, porque cria que Deus é soberano e que o plano Dele abençoaria toda humanidade. Deus ao oferecer Jesus, Ele nos fortalece, porque nos deu alguém que é exemplo, que passou por todos os conflitos da humanidade para se manter em obediência ao Criador, por isso tem autoridade para ser referência e inspiração para cada um de nós. Não temos alguém teórico, temos alguém prático.
Lembro-me quando não tinha filhos, tinha um monte de teorias e uma boca cheia de críticas e julgamentos aos pais. Lembro que ouvia de alguns, espera para você ter os seus e aí a gente conversa. Hoje tenho três e mudei meu discurso, porque vivi na prática que a teoria pode ser muito, distante da realidade. Por isso hoje eu tenho muito mais compaixão e compreensão, porque sei a tarefa árdua de um pai de uma mãe.
Deus ao enviar Jesus, Ele nos comunica dizendo: Eu sei o quanto é difícil suportar as tentações, eu já passei por elas, por isso te consolo e te fortaleço. Deus permite as tentações para que cheguemos à maturidade e plenitude de tal maneira que sejamos como Jesus, assim diz em Romanos 8:28-29.
Deus permitiu a tentação na vida de Jesus, o deixou exposto à satanás, permitiu injustiças, traições, zombaria, dor física, tristeza, angustia, choro, todas as mazelas humanas que vivenciamos para Ele fosse o primeiro e não o único a vencer as tentações. Deus transformou a cruz em salvação e transforma nossas cruzes em influência para que outros sejam fortalecidos. Deus enviou Jesus e nos envia uns aos outros para nos estimularmos em permanecer firmes em meio às tentações, com a certeza que seguindo e olhando para o exemplo de Cristo saberemos lidar e vencê-las.
A provisão de Deus vem através…
2. Do escape divino
“Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” (1ª Coríntios 10.13)
Esse texto nos ensina algumas verdades sobre tentação. Primeira, a tentação é algo comum e vivido por todos. Segunda, a tentação tem um limite e Deus sabe até quando suportamos. Terceira, Deus dá o escape.
A nossa dificuldade é que achamos que somos o único que não tinha como resistir e usamos nossos próprios escapes. A humanidade tem sido vencida pelas tentações e tenta se livrar substituindo por outras tentações que viram pecados. A palavra escape nos remete a fuga, a escapar. O problema que Deus tem seus escapes, mas preferimos os nossos.
Somos tentados a ficarmos ansiosos e escapamos procurando os nossos meios para relaxar. Somos tentados a cobiçar o que é do outro e escapamos procurando trabalhar além da conta para conseguirmos com nossos próprios esforços ou de maneiras ilícitas o que é do o outro. Caímos na tentação de nos sentirmos satisfeitos adquirindo coisas ou posições.
Somos tentados a pertencer grupos custe o que custar para nos sentirmos valorizados e muitas vezes para alívio da pressão grupal. Escapamos pelo sexo ilícito, drogas, auto velocidade, gula, para aliviar as pressões. Em nossas relações sociais, como no casamento, somos tentados a crer que tudo será como um conto de fadas e quando vemos a realidade escapamos tentando viver essa ilusória perfeição midiática.
E aí vem a pergunta então que tido de escape é o divino? É aquele que vem com a consciência de que o pecado é gerado no desejo e para vencê-lo é preciso admiti-lo. É o que vem pela obediência a Palavra; da atitude de fugir da aparência do mal; é aquele que vem da intimidade buscada e adquirida diariamente com Deus.
O escape de Deus vem da transformação do nosso entendimento. A expressão “cair em tentação”, significa “estar sob controle”, isto é, estarmos no controle, a consequência é desastre certo. O escape divino vem de nossa entrega do controle da situação a Ele o mais rápido possível.
O escritor Augusto Cury em uns dos seus livros diz que perdemos o controle de qualquer situação quando focamos naquilo que nos descontrola por 30 segundos e é nesse pequeno espaço de tempo, que cometemos os maiores erros da vida.
Ao ler essa informação, me veio à mente que o cair na tentação acontece porque em questão de segundos focamos naquilo que não precisamos, focamos em desejos que nos destruirão, mesmo que aparentemente seja bom ou legítimos. O cair em tentação acontece por um flerte de um olhar, de um teclar, de uma palavra recebida. O alvo da tentação é desonrar a Deus e abater a alma. Satanás investe para que ajamos rapidamente no saciar de nossos desejos, pensar superficialmente, racionalizando ou justificando e desejar investir em nós, sem pensar em outros que serão afetados e tudo isso ele consegue em miseráveis 30 segundos plantar o desejo de pecarmos. Se começarmos a nos atentar a isso, perceberemos que o início dela é suficiente para elevarmos nosso pensamento a Deus como Jesus nos ensinou: não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
A provisão de Deus vem através…
3. Do uso da armadura de Deus
“Tomem tudo o que o Senhor providenciou para vocês – armas eficazes, feitas com o melhor material. Vocês terão de usá-las para sobreviver às emboscadas do Diabo. Não se trata de um jogo com amigos no fim de semana, uma diversão esquecida em poucas horas. É um estado de guerra permanente, uma luta de vida ou morte contra o Diabo e seus anjos. Estejam preparados. Vocês lutam contra algo muito maior que vocês. Aceitem toda a ajuda que puderem, toda arma que Deus providenciou, para que no fim da batalha vocês ainda estejam de pé. Verdade, justiça, paz, fé e salvação são mais que palavras. Apredam a utilizá-las. Vocês vão precisar delas a vida inteira. A Palavra de Deus é uma arma indispensável. A oração também é essencial nesta luta incessante. Orem o tempo todo, e com fé. Orem pelos irmãos na fé. Mantenham os olhos abertos. Encorajem-se mutuamente, para que ninguém venha a cair ou vacilar.” (Efésios 6:11.18, MSG)
É fato que estamos em guerra. Se não tivermos essa consciência, estamos mortos e não sabemos. Estamos em uma guerra espiritual, apesar de sabermos que venceremos ao final dela pelo sacrifício de Jesus, somos muitas vezes atingidos, paralisados, privados de avançar e de participar de novas batalhas. Se estamos em guerra e ela é espiritual, Deus que é o comandante dessa guerra nos oferece sua armadura para que estejamos protegidos.
Recebemos a armadura quando pela cruz ingressamos no Reino de Deus, mas não basta receber é preciso vesti-la para as batalhas. Quando? Em todo o tempo. O diabo não para e por isso precisamos estar em alerta, ele até foge de nós, quando resistimos, mas volta, ele é incansável, não podemos nos dá ao luxo de relaxar, porque seremos surpreendidos. A auto-suficiência nos leva a ser atacados e feridos. O lugar de relaxamento será ao final da batalha, não agora.
A armadura consiste na utilização da verdade, justiça, testemunho das boas novas, fé, mente focada em Cristo, Palavra de Deus afiada, oração e intercessão. Em nosso caminhar, em nossas decisões, em nossos relacionamentos não pode haver espaços, precisamos vestir cada instrumentária dessas, não pode haver brechas como maquiagens e mentiras, na nova vida pertencemos ao Reino de Deus que é verdade.
A justiça que recebemos na cruz nos transforma em um agente de justiça, que olha o outro não como um adversário ou um trampolim para conseguirmos mais objetivos, mas como o alvo da bondade e amor. A boca fala das boas notícias do Reino, fala do que temos visto e ouvido. Precisamos da fé para crer que Deus é suficiente para nos guardar, proteger do maligno e para cumprir todas as promessas. Nossa mente é a de Cristo, Ele influencia nossas ações. A palavra de Deus é meu guia e a oração uma arma para suportar as tentações, sempre lembrando do outro para que também suportem.
Se usarmos essa armadura, a tentação virá, mas suportaremos, porque quem usa a verdade, quem age de justiça, quem fala da parte de Deus e age de acordo com Cristo e sua Palavra e todo tempo está em oração por si e pelos outros, reconhece suas fragilidades e necessidades de dependência das provisões de Deus, e, assim, vence as tentações.
Conclusão:
Na tentação Deus tem nos dado tudo para vencê-la, basta usarmos. Olhando para Jesus, usando os escapes divinos e vestindo a armadura de Deus já somos mais do que vencedores. A Palavra diz que Jesus está à porta, esperando cada um de nós abri-la pra experimentarmos sua glória.
Hoje mais uma vez ele está batendo, esperançoso que eu e você o convidemos, e Ele será o caminho para vencermos a tentação diária e constante, e sermos como Ele, mais um filho de Deus que vence as tentações porque o ama e adora acima de tudo e de todos.