As Marcas de um Discípulo
AS MARCAS DE UM DISCÍPULO
mensagem pregada pelo Pr. Marcelo Coelho Fernandes
“Sem mais, que ninguém me perturbe, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus.” (Gálatas 6.17)
Eu e você também temos marcas, algumas visíveis e outras invisíveis. A Bíblia relata a história de Jacó, ele lutou com Deus, e por isso foi marcado por Ele, passando a mancar de uma perna por toda a vida. Sua marca foi a da determinação em ser abençoado (Gênesis 32.22-29).
Caim também foi marcado, sua marca remetia a um sinal de maldição (Gênesis 4.15). A marca de Sansão era o seu longo cabelo, ele era um nazireu e por isso não podia passar navalha em seus cabelos. Depois que pecou contra Deus suas marcas foram seus olhos vazados (Juízes 16.21).
Conheço pessoas que possuem marcas na vida, geradas por notícias inesperadas, como a morte de um ente-querido, um aviso de demissão, um problema passado que gerou traumas. Creio que as marcas a que o apóstolo Paulo estava se referindo eram outras marcas. A marca serve para distinguir e serve como memorial. No entanto, a que marcas o apóstolo Paulo se refere?
Paulo passou por muitas coisas e realmente ficou marcado por várias delas, e essas marcas o podem distinguir como escravo de Cristo, mas essas marcas as quais ele se refere não são marcas de ferida necessariamente, ainda que ele também as trouxesse. Paulo refere-se às marcas que um escravo tinha para quem soubesse quem era o seu senhor. Existiam escravos chamados de escravos de orelha furada. Para entender melhor, temos que compreender que a escravidão para eles era diferente do que entendemos hoje como escravidão.
Os escravos hebreus eram escravos para pagar suas dívidas através do trabalho. Geralmente os hebreus eram escravos por dívidas ou pobreza extrema, e alguns escravos, após os anos trabalhando, se apegavam tanto aos seus senhores que optavam por voluntariamente continuar sendo escravo daquele senhor até o fim de sua vida, sem voltar à liberdade. Essa decisão era como sinal de sua entrega, o escravo tinha a orelha furada. Observe esse texto:
“O seu senhor o levará perante os juízes. Terá que levá-lo à porta ou à lateral da porta e furar a sua orelha. Assim, ele será seu escravo por toda a vida.” (Êxodo 21.6)
Portanto, ser escravo de orelha furada simbolizava que você não estava servindo aquele senhor por uma obrigação, pois já poderia estar livre, mas porque já não queria servir a outro senhor. É uma junção de serviço e amor. Além do mais, é bom citar que os escravos hebreus não eram chamados de escravos, mas servos.
Paulo então se compara ao seguir a Jesus como um desses escravos de orelha furada. Ele seguia a Jesus não por obrigação, mas por amor e lealdade. Tudo isso aconteceu na vida do discípulo Paulo, fruto daquilo que o próprio Jesus havia realizado na sua vida.
Quando olhamos para o ministério de Jesus podemos perceber que Ele não apenas informou e ensinou. Ele formou discípulos. A Igreja do Senhor Jesus é composta de discípulos. Jesus sempre teve a multidão ao seu redor, mas Ele não se iludia com a multidão. Ele dedicou-se a um grupo de pessoas, próximas a Ele, que estavam dispostas a tudo por Ele: OS DISCÍPULOS. Discípulo é aquela pessoa que segue os mesmos passos do seu mestre e tem as mesmas atitudes, princípios e valores. Logo, se somos discípulos de Cristo, desenvolvemos também em nossa vida algumas marcas. Quais são as marcas daqueles que seguem a Jesus?
Um discípulo de Jesus…
1. Traz a marca da OBEDIÊNCIA
O discípulo de Cristo traz a marca da obediência. Um discípulo de Cristo deve obedecer assim como Jesus obedeceu ao Pai. Um discípulo não é desobediente, questionador, insubmisso. Pelo contrário, ele sabe que é melhor obedecer do que sacrificar. Ele obedece porque ama, confia. Jesus no Getsêmani orou e disse:
“Meu Pai, se não for possível afastar de mim este cálice sem que eu beba, faça-se a sua vontade.” (Mateus 26.42)
Quando Jesus foi batizado por João Batista, Deus declarou:
“Este é o meu filho amado em quem tenho prazer.” (Mateus 2.17)
Jesus foi obediente até a morte, e morte de cruz. João disse:
“Aquele que diz: Eu o conheço, mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele.” (1ª João 2.4)
E João continua:
“Aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou.” (1ª João 2.6)
O discípulo nega-se a si mesmo, toma a sua cruz e segue os passos do mestre.
Um discípulo de Jesus…
2. Traz a marca do AMOR
Jesus se dirigindo aos seus discípulos, declarou:
“Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros.” (João 13.35)
Jesus foi atacado, apedrejado, perseguido, cuspido, mas amou a todos de forma incondicional, perdoou a todos e se entregou na cruz pelos nossos pecados. Jesus poderia ter dito: Nisto saberão que sois meus discípulos, se forem religiosos, se andarem com uma bíblia debaixo do braço, se tiverem em casa uma bíblia aberta no salmo 91, se forem mestres em teologia. Não. Ele disse: “Se amardes uns aos outros”. Uma das maiores marcas do discípulo é o amor e o perdão manifestos na sua vida.
O Apóstolo Paulo como excelente discípulo que era, escreveu à Igreja de Corinto um capítulo inteiro falando sobre o amor. Depois, em sua carta à Igreja da Galácia, ele fala do fruto do Espírito, e o primeiro da sua lista é o “amor”. Paulo sabia da importância desse amor, até porque ele havia experimentado o amor e o perdão da parte de Jesus Cristo em sua vida. Discípulo de Cristo que tem dificuldade de amar e perdoar deve repensar a sua caminhada cristã.
Um discípulo de Jesus…
3. Traz a marca da MISSÃO
Foi por isso que Jesus disse:
“Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.” (Mateus 28.18-20)
“Vão ao mundo inteiro e preguem a boa nova a todo o mundo em toda a parte.” (Marcos 16.15)
“… Assim como o Pai me enviou, eu também envio a vocês.” (João 20.21)
“Mas vocês receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês; e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a região da Judéia e Samaria a até nos lugares mais distantes da terra.” (Atos 1.8)
Um discípulo de Cristo tem prazer em anunciar as boas novas da salvação. Tem alegria em falar de Jesus. Um discípulo de Cristo sabe que sua vida é uma ponte que liga o pecador, o perdido, ao Senhor Jesus. Nada que você faça pode ser mais importante que ajudar as pessoas a estabelecer um relacionamento eterno com Deus.
Um discípulo de Jesus…
4. Traz a marca da ORAÇÃO
Um discípulo de Cristo deve priorizar uma vida de oração. Servir as multidões era a atuação constante do ministério de Jesus. Porém, a oração era prioridade. Lucas no informa:
“… Grandes multidões afluíam para o ouvirem e serem curadas de suas enfermidades. Ele, porém, se retirava para lugares solitários e orava.” (Lucas 5.16,17)
Com essa atitude, Jesus estava ensinando aos seus discípulos que as atividades não poderiam tomar o lugar da oração na vida de seus seguidores. Fazer as coisas era muito importante para Jesus, mas orar era essencial. Jesus dependia do Pai e nada fazia sem antes buscar a sua direção. A oração era seu estilo de vida, sua maneira de viver e influencia a outros a fazer o mesmo. Passar noites inteiras orando era um hábito na vida de Jesus. Foi vendo essa intensa vida de oração do mestre que os discípulos sentiram a necessidade de aprender a orar. A Bíblia diz:
“Estava Jesus orando em um certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar….” (Lucas 11.1)
O exemplo da vida de oração de Jesus incentivou os discípulos a buscarem a presença de Deus e a desenvolverem uma vida de oração. Que a vida de oração de Jesus nos inspire a também desejar viver uma vida de oração semelhante à Dele.
CONCLUSÃO:
Um discípulo de Jesus…
1. Traz a marca da OBEDIÊNCIA
2. Traz a marca do AMOR
3. Traz a marca da MISSÃO
4. Traz a marca da ORAÇÃO