Igreja Batista Memorial em Jardim Catarina

Curando a Superficialidade Espiritual pela Palavra (11/01/2015 – manhã)

SÉRIE: CURADOS PELA PALAVRA – 02/07
CURANDO A SUPERFICIALIDADE ESPIRITUAL PELA PALAVRA
mensagem pregada pelo Pr. Vicente Bomfim
“E todos continuavam firmes no ensino dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em todos eles havia um profundo respeito, e os apóstolos faziam muitas maravilhas e sinais. Todos os que criam estavam juntos e unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, repartiam com os que tinham necessidade. Todos os dias eles adoravam juntos no templo e participavam das suas refeições com grande alegria e gratidão, louvando a Deus. Todo o povo tinha simpatia por eles, e cada dia o Senhor acrescentava à igreja todos os que estavam sendo salvos.” (Atos 2.42-47)
A igreja da atualidade está enferma, atingida por um vírus; infectada, contaminada e, portanto, debilitada, inapta para enfrentar este tempo difícil que está a desafiá-la como corpo vivo de Jesus Cristo. Se a igreja não for curada dessas enfermidades, não suportará o “tranco” daqui pra frente. O inimigo está com todas as suas armas direcionadas contra o povo de Deus. E aqueles que forem pegos sem terem curado as suas chagas, suas mazelas e resolvido suas questões íntimas diante do Senhor, serão surpreendidos com a ação do inimigo, e muitos afundarão. Uma outra arma que o inimigo tem usado contra a igreja é o movimento de superficialidade de vida cristã.
Ilustração: uma pessoa nadando, ela se diverte, dá braçadas, se cansa, vai e volta e ainda tem ondas. Ela quer testar sua resistência, sua capacidade de nadar, mas está na superfície. Se você observar o mergulhador, a coisa muda. Ele vai ao fundo e encontra coisas que na superfície não se poderia imaginar que existissem.
Há uma tendência a um relacionamento superficial com Deus em todas as dimensões à serem imaginadas. Crentes da superfície, que se contentam com um relacionamento lúdico com Deus em todas as dimensões da vida Cristã. Crentes que tem sido apenas “religiosos”, mas não estão sendo cristãos no sentido profundo da palavra. Tem estereótipo religioso, roupa de religioso, algumas condutas religiosas, algumas rotinas de vida que fazem com que sejam confundidos com cristãos devotos. É só casca de uma fachada inofensiva, inoperante, absolutamente inútil e descartável. Uma espécie de fé comprada em supermercado. Poder adquirido em consórcio: você para as prestações e pensa que algum dia vai ser contemplado pelo poder de Deus.
A Palavra de Deus nos ensina algo bem diferente acerca do propósito ou do sonho de Jesus para sua igreja. Uma das realidades bíblicas é a verdade que ensina que só posso fazer para Deus se primeiro Deus fizer em mim. Só posso trabalhar para Deus com profundidade, se Deus trabalhar em mim com profundidade.
Tanto mais eu trabalharei para o Senhor, quanto mais eu permitir que Ele trabalhe em mim. Tanto mais farei, produzirei e realizarei para Deus, quanto mais Ele produzir e realizar em mim. Eu posso fazer, desde que Deus faça em minha vida, no meu coração. Tenho que permitir que o resultado prático da minha ação no dia-a-dia seja produto da ação de Deus na minha vida e no meu coração. Ele age em nós e o Seu Espírito em nós opera.
As enfermidades da superficialidade na vida cristã e no compromisso com Deus tem algumas dimensões, e o texto que lemos nos ensina sobre elas.
A igreja deve viver sob…
1. A dimensão da PALAVRA
“E todos continuavam firmes no ensino dos apóstolos…”
A primeira dimensão em que o crente deve viver é a dimensão da Palavra, da doutrina, do ensino. Neste sentido, a superficialidade é catastrófica, daninha. A pior coisa é o crente que tem o conhecimento apenas superficial da Palavra de Deus. Conhece alguns textos, vive com aquelas caixinhas de promessas, anda para baixo e para cima com adesivos nos carros, possui vários quadros pregados nas paredes de sua casa. Não há nada de errado com essas coisas, com quanto que nós não limitemos a elas todo o nosso relacionamento com a Palavra de Deus.
A Bíblia diz que os apóstolos chegaram em um momento, num instante da história da igreja, em que pararam e disseram: temos que tomar uma atitude! Precisamos de tempo para a Palavra de Deus e para a oração!
Como tem sido o seu relacionamento com a Palavra de Deus? Sabe o que acontece com o crente que depende do outro para crescer na Palavra? Depende do sermão do pastor, da aula da EBD, do livro que está lendo? O que acontece é que, no dia em que o outro falha, no dia em o outro cai, no dia em que o outro ensina uma heresia, ele embarca nestas águas e nelas vai flutuando.
O crente deve abrir a Palavra e dizer: Senhor, me fale através da sua Palavra! Quero estudar, quero sentir, quero perceber o seu recado, a sua mensagem nas Escrituras! Que o seu coração não seja como a semente que caiu à beira do caminho, que não tem raiz. Quando vem a perseguição, as aflições por causa da Palavra, logo se ofendem. A raiz não está fincada em seu coração, está na superficialidade. Vem o diabo e arrebata o que foi semeado na beira do caminho. Há os que tem experiência com a Palavra de Deus de congresso em congresso, de tempos em tempos, de domingo a domingo. Entre um domingo e outro existe uma semana de batalha espiritual que não se vence sem a Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus.
Vejo nos tempos atuais a igreja colocando uma mordaça na boca de Deus. Todas as vezes que Palavra não é aberta, não é lida e não é estudada, é como se você estivesse dizendo: Cale a boca, Senhor! É duro, mas é a pura verdade! Do outro lado da história temos um Deus tremendamente angustiado por não falar, querendo declarar seus propósitos, querendo alertar, querendo avisar, mas está amordaçado porque você não permite que Ele fale, por estar longe da Sua Palavra. Deus está amordaçado porque você não lhe dá uma chance para falar ao seu coração. A Palavra existe, é bonita, ela tem uma bela capa, mas ela tem um zíper e está fechada. Ela não está aberta porque você não a lê nem a estuda.
Queridos, quanto mais se mergulha na Palavra, mas se descobre tesouros que jamais serão descobertos por aqueles que nunca mergulham, mas que ficam apenas na superfície, se divertindo com a Palavra. Os que mergulham encontram riquezas da Palavra e eles incomodam-se em olhar para uma igreja que não sabe sequer narrar as mais simples histórias bíblicas e delas extrair seus significados. É triste ver irmãos de 10, 20, 30 e 40 anos de igreja que precisa telefonar para que o pastor fale de Jesus para um amigo dele. Todo este tempo na igreja e não tem condições de declarar a razão da esperança que há em seu coração.  Uma igreja longe da Palavra, amordaçando Deus, é uma igreja na superfície, se divertindo com o Reino de Deus.
A igreja deve viver sob…
2. A dimensão da COMUNHÃO
“E todos continuavam firmes no ensino dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações…”
A Bíblia diz que aquela igreja perseverou na comunhão, no envolvimento com os irmãos. Se for meu irmão em Cristo, aqui está a minha igreja, o povo de Deus, a minha família. Eu preciso me relacionar, criando vínculos profundos com esta igreja, com o povo de Deus. Devo criar intimidade com esta igreja. Não posso me limitar a um relacionamento superficial com o povo de Deus. Ele precisa ser cultivado dia-a-dia. Eu tenho de pedir ao Espírito Santo que me capacite a criar vínculo com o povo de Deus. Quando eu abraço, quando eu aperto a mão de um irmão em Cristo, algo diferente precisa acontecer.
Outro dia um jovem procurou um pastor no meio da rua e pediu que orasse por ele. O pastor prontamente orou por aquele rapaz, ali mesmo, no meio da rua. Por que, às vezes, precisamos procurar um cantinho escuro para orar com meu irmão? Por que não posso olhar nos olhos do meu irmão e amá-lo, perdoá-lo, compreendê-lo, entendê-lo e ajudá-lo? Por que não posso, com estas atitudes, contribuir para o seu crescimento espiritual? Isso é comunhão.
Comunhão não é uma reunião esporádica, um encontro dominical, saber que o meu irmão está sentado do outro lado do templo. Comunhão é saber como ele é, do que precisa e quais são as suas dores. O homem do nosso tempo tem medo de se relacionar, tem medo do outro. As pessoas estão se coisificando, fugindo umas das outras. Isso pode acontecer no mundo, nunca na igreja. Somos o povo de Deus, irmãos em Cristo, lavados pelo sangue do Cordeiro. O nome do meu irmão e o meu nome estão na mesma lista de chamada. Lembro-me da palavra de Jesus, segundo a qual os fariseus e publicanos subiram ao templo para orar. Eles sobem juntos para o mesmo lugar, tem a mesma proposta, fazem a mesma coisa, descem juntos, mas não se comunicam.
Quantas vezes você se senta no domingo em um mesmo banco com um irmão de quem nem o nome sabe? Ao seu lado pode estar alguém torturado na alma, dilacerado com problemas emocionais, precisando de alguém que, pelo menos, encoste a mão em seu ombro e diga: encoste aqui e chore. Quero orar por você!
Mas você está preocupado em cantar, em exercer sua religiosidade pessoal, em cumprir os seus protocolos e fica completamente cego. Os irmãos da igreja primitiva estavam firmes na comunhão, no partir do pão, nas orações. Vendiam suas propriedades, repartiam com os que tinham necessidade, participavam das refeições com grande alegria e gratidão.
A igreja deve viver sob…
3. A dimensão da ORAÇÃO.
“E todos continuavam firmes no ensino dos apóstolos… e nas orações…”
A palavra diz que eles perseveravam em oração. A igreja contemporânea deveria orar com mais fervor e com mais intensidade, como o fez a igreja primitiva. O crescimento numérico da igreja primitiva retrata sua vida exuberante de oração. A igreja orava e os resultados apareciam. Os joelhos se dobravam em oração e os corações se derretiam na presença de Deus em sincera conversão.
Quando a igreja se voltar para Deus por intermédio da oração fervorosa e se voltar para o mundo para proclamar com poder sua Palavra, então, essa igreja experimentará um crescimento extraordinário, pois Deus honra a oração e a Palavra, alavancas do crescimento de sua igreja.
Conclusão:
O que acontece quando não há profundidade na Palavra, no envolvimento, na comunhão, no relacionamento? O que acontece quando não há solidariedade nem vida de oração? Segundo o texto, porque a igreja perseverava na comunhão, no partir do pão e nas orações, por causa disso havia em cada um o temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos por eles, e todos estavam unidos e tinham tudo em comum. E porque havia profundidade e vida cristã, a cada dia o Senhor acrescentava à igreja os que iam sendo salvos, e a igreja caía na graça de todo o povo.
Meu querido irmão, sem a Palavra no coração, sem estímulo para oração, sem vínculo com o povo de Deus, o diabo faz uma arruaça no seio da igreja. Ele rouba o temor do Senhor, que possibilita a manifestação da graça do poder de Deus. Ele esfacela, secciona, partidariza, divide a igreja, arrasa com a qualidade de vida cristã e torna inofensiva qualquer expressão de testemunho. Ao invés de a igreja cair na graça do povo, a igreja se constitui nas gargalhadas do povo, em chacota para o povo. O testemunho é completamente inviabilizado e desarticulado.
Quando, em nome de Jesus, rompemos com a superficialidade, confiados no poder do Espírito Santo; passamos a viver uma vida de crente em Jesus com profundidade de vida cristã. Hoje é o tempo de deixarmos a superfície e mergulharmos nas profundezas do senhor! Experimente as dimensões da Palavra, da Comunhão, e da oração. Saia da diversão da superfície, mergulhe profundo na Palavra de Deus e encontre as riquezas que já estão preparadas para você!
A igreja deve viver sob…

  • A dimensão da PALAVRA
  • A dimensão da COMUNHÃO
  • A dimensão da ORAÇÃO.

 

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