Igreja Batista Memorial em Jardim Catarina

Restaurando os Relacionamentos na Família (07/06/2015 – manhã)

RESTAURANDO OS RELACIONAMENTOS NA FAMÍLIA
mensagem pregada pelo Pr. Acyr Júnior
Texto Bíblico: Lucas 10.25-37
É impossível tratar do tema família sem falar de relacionamentos. Relacionamentos saudáveis geram pessoas saudáveis; pessoas saudáveis geram famílias saudáveis; famílias saudáveis geram igrejas saudáveis. Porém, o contrário disso também é verdade. Relacionamentos enfermos geram pessoas enfermas, pessoas enfermas, geram famílias enfermas, e famílias enfermas geram igrejas enfermas.
É impossível você dizer que tem um bom relacionamento com Deus se você não é capaz de se relacionar bem com as pessoas que estão ao seu redor. Isso é uma mentira! Relacionamentos saudáveis não permitem que você seja superficial com as pessoas. Relacionamentos saudáveis ligam os céus com a terra, relacionamentos saudáveis estabelecem uma atmosfera de milagres.
Quantas pessoas hoje, aqui, estão sofrendo porque foram feridas por outras pessoas? Quantas pessoas hoje, aqui, perderam a esperança por causa de relacionamentos quebrados? Quantas pessoas hoje, aqui, estão amarguradas, tristes e paralisadas porque foram marcadas por traumas e dores dentro das suas próprias famílias!
O texto que lemos no início nos remete a, pelo menos, quatro leis dos relacionamentos. Essas leis revelam o diagnóstico da nossa vida e, consequentemente, o diagnóstico da nossa família. Depois de analisarmos estas quatro leis seremos capazes de discernir em qual delas nos encaixamos e o que precisamos fazer para usar a lei que vai restaurar os relacionamentos na família.
Primeira Lei – LEI DA SELVA
“Em resposta, disse Jesus: um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto.” (Lucas 10.30)
Que lei é essa? Essa é a lei que para alguns sobreviverem outros terão de morrer. É a lei do mais forte, dos truques, das armadilhas, da religiosidade. É a lei que diz que pra eu ganhar, alguém terá que perder. Será que essa não é a lei da sua vida? Não importa quem esteja do outro lado, ele sempre será parte da sua cadeia alimentar. É a lei do egoísmo, do orgulho, da soberba. É a lei daqueles que passam por cima dos outros de qualquer jeito e a qualquer custo.
Caim foi alguém que viveu norteado pela lei da selva. Movido pela inveja e pela não aceitação da correção de Deus para sua vida, Caim armou uma cilada para o seu irmão e o matou. Quantas ciladas você já armou para as pessoas que estão ao seu redor?
Os irmãos de José, da mesma forma, estavam com seus corações cheios de inveja e de rancor contra seu irmão por causa de um favorecimento do seu pai. Então, armaram um plano, venderam seu irmão e o consideraram como morto.
Os relacionamentos estão quebrados, rompidos, destruídos, porque muitos tem se deixado ser dirigidos pela lei da selva, onde o que vale é aquilo que me favorece, independente se outros vão sofrer ou não. Porém, se o desejo do meu coração é restaurar os relacionamentos na minha família, não poderei mais viver dirigido pela lei da selva, onde impera o egoísmo, o individualismo, o orgulho e a ambição.
Segunda Lei – LEI DA DESCASUALIDADE
“Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado.” (Lucas 10.31)
Que lei é essa? Essa é a lei do menor esforço. O pecado, nessa lei, não é fazer o mal, mas deixar de fazer o bem. É a lei da acomodação, da indolência, da preguiça. É a lei da zona de conforto. É a lei daquele que não se importa, daquele que não se envolve.
Essa lei regia a vida dos religiosos da época de Jesus e ainda rege a vida dos religiosos dos nossos dias. Sabiam tudo sobre a lei, oravam, cantavam, ofertavam, consagravam os seus dízimos, mas, para eles, o valor estava na forma e não nas pessoas. Pouco importa para nós se alguém está sofrendo. Pouco importa para nós se alguém está enfermo. Pouco importa para nós se alguém perdeu um ente querido. Pouco importa para nós se alguém nos deixou. Fazemos muito pela forma e nada pelas pessoas.
A diferença entre a nossa vida e os hospitais públicos do nosso país é que ainda zelamos por um prédio de fachada bonita, mas, na verdade, não temos médicos, não temos macas e nem medicamentos. Às vezes, atendemos com prontidão as pessoas que estão lá fora, mas esquecemos do nosso cônjuge ferido, dos nossos filhos órfãos de pais vivos, da nossa parentela que está sofrendo.
A religiosidade dos nossos dias pode roubar a visão que Deus tem para a nossa vida. Não permita que essa religiosidade cegue os seus olhos e tornem surdos seus ouvidos espirituais. Se o desejo do meu coração é restaurar os relacionamentos na minha família, não poderei mais viver dirigido pela lei da descasualidade, pois ela me coloca em uma zona de conforto onde o próximo deixa de ser o alvo da minha vida.
Terceira Lei – LEI DO MAU EXEMPLO
“E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou do outro lado.” (Lucas 10.32)
Que lei é essa? Essa é a lei que me faz pensar que se alguém faz algo errado eu também posso fazer. É a lei que faz com que as pessoas apóiem suas decisões erradas nos erros de alguém. As pessoas regidas por essa lei acreditam que os pecados dos outros justificam os seus próprios pecados. Os maiores representantes dessa lei são aqueles que sempre estão a criticar, a apontar o dedo, a acusar e a fugir das suas próprias responsabilidades.
Adão se deixou levar por essa lei. Quando Deus perguntou-lhe por que ele comeu do fruto que não deveria, Adão respondeu usando a lei do mau exemplo: foi a mulher que Tu me deste, Senhor!
Cuidado com pessoas que nunca erram, que sempre estão criticando, jogando a culpa nos outros e se justificando. Eles estão apenas fugindo das suas responsabilidades. E isso tem destruído muitas famílias. Não se restaura relacionamentos quebrados sem fidelidade e lealdade. Porém, as pessoas regidas pela lei do mau exemplo, não entendem os princípios de fidelidade e de lealdade.
O filho pródigo não voltou para casa porque o seu pai era um bom pai, mas porque o seu pai era um bom patrão. Pais, se seus filhos os virem tratando bem as pessoas que estão próximas a vocês, eles saberão que vocês são bons pais. Não caia no enredo da lei do mau exemplo. Paulo, escrevendo ao jovem pastor Timóteo fala sobre a responsabilidade do bom exemplo, pois dele dependem os relacionamentos:
“Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza.” (1ª Timóteo 4.12)
Se o desejo do meu coração é restaurar os relacionamentos na minha família, não poderei mais viver dirigido pela lei do mau exemplo, onde meus erros são justificados nos erros dos outros e as minhas responsabilidades são deixadas de lado.
Quarta Lei – LEI DA COMPAIXÃO
“Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve compaixão dele. Aproximou-se, enfaixou-lhes as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e lhe disse: cuide dele. Quando eu voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver.” (Lucas 10.33-35)
É a lei do CHEGA PERTO, onde não somente as necessidades dos outros são vistas, mas são atendidas. É a lei que rege as pessoas que não suportam ver a miséria física, psíquica e espiritual das pessoas. Elas correm, se aproximam e cuidam delas. É a capacidade de remediar, de suprir necessidades, de levar as cargas uns dos outros. Isso só é possível acontecer através da lei da compaixão. Ela é a lei de Jesus.
Quantas famílias estão vivendo dramas existenciais porque não existe mais compaixão nas pessoas! Quantas famílias têm experimentado o amargo sabor da derrota pela falta de compaixão!
O samaritano não tinha todas as informações, mas com a pouca informação que tinha fez toda a diferença. Não podemos perder o coração de Deus pelas pessoas. Com o pouco que temos podemos fazer a diferença na vida de alguém. Precisamos aprender da lei de Jesus, da lei da compaixão, pois é essa lei que vai tirar as pessoas da lama da inferioridade, do buraco da depressão, das mais profundas marcas de ódio e rancor. É a lei que vai romper com o ciclo de feridas na sua família.
Muitas famílias estão completamente destruídas por falta de compaixão. Há famílias aqui que estão sofrendo demais por causa da falta de compaixão que existe em seus lares. Há famílias aqui que estão acorrentadas a um passado obscuro porque foram torturadas pela inexistência da compaixão. Há, entre nós, maridos que falam mal das suas esposas; esposas que falam mal dos seus maridos, pais que maltratam seus filhos, filhos que não respeitam seus pais.
A lei da compaixão reconstrói muros, liberta os cativos, dá visão aos cegos, cura os leprosos, dá vida a novos começos! A lei da compaixão é o alicerce dos relacionamentos saudáveis. Porém, muito cuidado, pois casas sem alicerce é a profecia da tragédia.
Se o desejo do meu coração é restaurar os relacionamentos na minha família devo viver dirigido pela lei da compaixão, pois, através dela, aprendo que a dor do meu próximo será a minha dor, as lágrimas do meu próximo serão as minhas lágrimas, os sofrimentos do meu próximo serão os meus sofrimentos, as perdas do meu próximo serão as minhas perdas.
Conclusão:
Qual a lei que vai dirigir a sua vida a partir de hoje? Se você deseja restaurar os relacionamentos na sua família, mude suas atitudes e faça o seguinte:

  • Abra mão da Lei da Selva;
  • Abra mão da Lei da Descasualidade;
  • Abra mão da Lei do Mau Exemplo;
  • Tome posse da Lei da Compaixão.

Eu quero dizer a você hoje que este não é o fim da sua vida, que este não é o fim da sua família. O fim de um tempo, não é o fim do seu tempo. Quero ler um texto com vocês:
“Mais tarde, sabendo então que tudo estava concluído, para que a Escritura se cumprisse, Jesus disse: tenho sede. Estava ali uma vasilha cheia de vinagre. Então embeberam uma esponja nela, colocaram a esponja na ponta de um caniço de hissopo e a ergueram até os lábios de Jesus. Tendo-o provado, Jesus disse: Está consumado! Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito.” (João 19:28-30)
A morte de Jesus foi o fim de um tempo e o início de um novo tempo. Não foi o fim de Jesus, foi o fim de um tempo onde Ele precisava morrer. Porém, o tempo seguinte foi muito melhor e cheio de esplendor, porque Jesus ressuscitou. E a Bíblia diz que no momento em que Jesus declarou “Está Consumado”, o véu do templo se rasgou de alto a baixo. O acesso estava liberado, não havia mais separação. Um novo tempo chegou.
Quando um novo tempo começa em nossas vidas, há muitas coisas que precisam ser rasgadas de alto a baixo. Não pode haver nada que nos separe do Deus Todo-Poderoso. Jesus teve sede, e deram vinagre para ele beber. Um sabor amargo do final de um tempo. O fim de um tempo pode ter um sabor amargo para mim e para você também. É a capacidade de lidar com a dor, com a ansiedade, com os sofrimentos e lutas desta vida, com as perdas e, ainda assim, não desistir. Isto é resiliência. Porém, se você não está disposto a beber os copos de vinagre desta vida, também não estará apto para experimentar o leite e o mel de um novo tempo.
Pare de olhar para o passado e comece a planejar o seu futuro. Não dá mais para mexer no passado, consertar o passado, revirar o passado. É preciso olhar para frente com as expectativas de que a sua casa será o melhor lugar do mundo em um novo tempo. O passado é pedra. O futuro é barro. Não dá pra mexer na pedra, mas ainda dá tempo de fazer um novo molde com o barro do seu futuro. Não olhe para trás, olhe para frente!
Creia no melhor do seu futuro; expresse o seu futuro e tenha um compromisso com o seu futuro. Hoje, Deus está encerrando um tempo na sua vida para começar um novo tempo que será bem melhor. Restaure os relacionamentos na sua família hoje!

 

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