Se Deus nos Ama por que Sofremos? (22/02/2015 – manhã)
SE DEUS NOS AMA POR QUE SOFREMOS?
mensagem pregada pelo Pr. Marcelo Coelho Fernandes
“Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar… Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim… Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim… Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.” (2ª Coríntios 12:7-10)
Não é simples nem fácil conjugar o amor de Deus com o sofrimento que enfrentamos. No entanto, meditar sobre esse tema se faz necessário, sobretudo quando passamos por luta, provações e problemas. Nos momentos de sofrimento por vezes perguntamos: Por que estou passando por isso? Por que desse jeito, por que essa dificuldade? Se tu és Todo-poderoso, por que não me poupas desse problema? Se tu me amas, por que estou sofrendo desse jeito? Esse tipo de questionamento não é novo. Quando Lázaro esteve enfermo, suas irmãs Marta e Maria mandaram um recado urgente para Jesus:
“Senhor, está enfermo aquele a quem amas.” (João 11:3)
Ao receber a notícia, Jesus demorou ainda dois dias onde estava e quando chegou à aldeia de Betânia, Lázaro já estava morto e sepultado havia quatro dias. Os Judeus chegaram a questionar: Se Jesus amava tanto essa família, por que impediu que esse homem morresse? (João 11.37).
Talvez as pessoas que estão à nossa volta nos questionem no mesmo sentido: Se Deus ama tanto a você, por que ele permite que você passe por essa luta? Se Deus se importa com você, por que está vivendo esse dilema? Alguém já disse que a vida é uma professora implacável, pois primeiro dá à prova, depois aplica a lição. Entretanto, ao tratar do problema do sofrimento, Paulo não falou como um teórico.
Ele enfrentou prisões, açoites e cadeias. Paulo foi fustigado com varas e também apedrejado. Ele passou fome, sede e frio. Ele enfrentou três naufrágios e também perigo de rios e desertos. Ele foi perseguido em Damasco, rejeitado em Jerusalém, esquecido em Tarso, apedrejado em Listra, preso em Filipos, escorraçado de Tessalônica e enxotado de Bereia. Ele foi chamado de tagarela em Atenas e de impostor em Corinto. Ele enfrentou feras em Éfeso. Foi preso em Jerusalém e acusado em Cesareia. Ele foi picado por uma cobra em Malta e Foi decapitado em Roma.
Em síntese, Paulo enfrentou tudo isso porque Deus o amava. Por mais difícil que seja compreender essa verdade é preciso entender que Deus nos permite sofrer, mesmo nos amando muito.
Sendo assim, o que podemos aprender com os sofrimentos de Paulo? Como esse texto pode responder a pergunta: Se Deus nos ama por que sofremos?
Olhando para o texto aprendemos que…
1. Deus tem um PROPÓSITO em cada sofrimento.
Podemos ter a certeza de que, na vida dos filhos de Deus nenhum sofrimento é desperdiçado. Diz o versículo 7:
“Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar…” (2ª Coríntios 12.7)
Em Deus, não existe acaso, coincidência ou determinismo. Todo o filho de Deus pode, deve e precisa crer nessa verdade escrita pelo mesmo Paulo:
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.” (Romanos 8.28)
Tudo o que acontece em nossa vida é proposital, não casual. Deus tem um plano em tudo que nos sobrevém. Paulo declara no começo dessa carta que Deus é aquele que nos consola em toda a nossa angústia e tribulação para que nos tornemos também consoladores quando outros passam pelas mesmas dificuldades (2ª Coríntios 1.3,4).
Isso quer dizer que, quando Deus permite que você passe por uma prova, trata-se de um treinamento para que você se transforme em um consolador eficaz. No entanto, Paulo pediu que Deus lhe tirasse o espinho. Mas Deus resolveu não atender o seu pedido, pois o espinho tinha um propósito: através daquele sofrimento, Deus estava trabalhando em Paulo para que ele não se exaltasse com a grandeza das revelações que ele havia tido.
Assim, em meio ao sofrimento, por maior que seja, não devemos nos desesperar, nem deixar que se amargure nosso coração; tampouco devemos nos rebelar contra Deus ou nos entregar a incredulidade. Apenas é necessário compreender isto: Deus tem um plano em cada dificuldade que passamos.
Olhando para o texto aprendemos que…
2. Deus não nos REPROVA por pedirmos a ele EXPLICAÇÃO acerca do nosso sofrimento.
Outro ponto importante é que Deus não nos censura por pedirmos explicação ou livramento do sofrimento. Nos versos 8 e 9, Paulo ora para se ver liberto do espinho na carne, mas Deus não reage com ira:
“Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim… Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim.” (2ª Coríntios 12.8-9)
O fato de você ser um cristão não significa que perdeu sua sensibilidade humana à dor nem mesmo o impulso de questioná-la. Você não tem de ser uma pessoa masoquista. O cristão não é masoquista, não gosta de sofrer. Deus não é sádico. Então, quando você estiver passando por um momento difícil, questione, levante sua voz aos céus com toda a força, chore e grite por socorro. Faça a sua oração, faça o seu clamor. Em nenhum lugar da Escritura Deus nos reprova por abrirmos o peito, por espremermos o pus da ferida que lateja e dói dentro de nós. Deus nos ensinou a lançarmos sobre ele toda a nossa ansiedade:
“Lançando sobre ele toda vossa ansiedade, pois ele tem cuidado de vós.” (1ª Pedro 5.7)
Olhando para o texto aprendemos que…
3. Deus não apenas PERMITE o sofrimento, mas também nos CONSOLA quando o sofrimento nos ATINGE.
Em sua soberania, Deus não apenas faz que o sofrimento seja por nós, mas também nos assiste e nos conforta em nossas dores. É o que podemos perceber na leitura do verso 9, em que Deus dá a Paulo uma resposta:
“Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim.” (2ª Coríntios 12.9)
Talvez não foi a resposta esperada ou desejada, mas era a resposta que ele precisava. O que Paulo queria era alívio, mas Deus lhe responde que vai assisti-lo naquele sofrimento, transformando-o em bênção para sua vida. Por isso, Paulo pôde fazer a seguinte declaração:
“Considero que os sofrimentos do presente não se podem comparar com a glória que será revelada em nós.” (Romanos 8.18)
O mesmo Paulo, esse bandeirante do cristianismo, ainda foi capaz de fazer as seguintes declarações:
“Pois a nossa tribulação leve e passageira produz para nós uma glória incomparável, de valor eterno.” (2ª Coríntios 4.17)
“… mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz perseverança, e a perseverança, a aprovação, e a aprovação, a esperança; e a esperança não causa decepção, visto que o amor de Deus foi derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Romanos 5.3-5)
Então, aproprie-se do conforto de Deus. Ele é o Pai de toda consolação. Ele nunca vai deixar você sozinho no vale da dor. O rei Davi afirmou com confiança:
“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo.” (Salmo 23.4)
Olhando para o texto aprendemos que…
4. A GRAÇA de Deus nos é SUFICIENTE na hora do sofrimento.
“Minha graça é suficiente para você…” (2ª Coríntios 12.9)
Quando passamos pelo vale do sofrimento, a graça de Deus sempre nos é suficiente. Deus não deu a Paulo o que ele pediu, mas sim algo mais eficiente, sua graça, que é melhor que a vida. Davi disse o seguinte:
“Meus lábios te louvarão, pois teu amor é melhor do que a vida.” (Salmo 63.3)
Nesse contexto, como definir graça? Trata-se da provisão divina para cada situação, não importa qual seja: enfermidades, crises familiares, problemas financeiros, debilidade espiritual. Nisso tudo, a graça de Deus vai assistir você. A graça de Deus é tônico para a alma aflita, o remédio para o corpo frágil, a força que põe em pé o caído.
A graça de Deus é a provisão de Deus para tudo o que precisamos, quando precisamos. A graça de Deus nunca está em falta. Ele está continuamente disponível. O estoque da graça de Deus nunca fica na reserva. Para cada provação que você passar, há graça de Deus suficiente para você.
Conclusão:
Nesse mundo que jaz no maligno, o sofrimento será sempre uma realidade na vida do ser humano. Porém, Deus não desperdiça nenhum sofrimento. Aprendemos que…
1. Deus tem um PROPÓSITO em cada sofrimento.
2. Deus não nos REPROVA por pedirmos a ele EXPLICAÇÃO acerca do nosso sofrimento.
3. Deus não apenas PERMITE o sofrimento, mas também nos CONSOLA quando o sofrimento nos ATINGE.
4. A GRAÇA de Deus nos é SUFICIENTE na hora do sofrimento.
Há um lugar onde toda dor, toda luta, todo sofrimento, tem uma explicação: esse lugar é no Senhor!